Discussão global

[img criada por PsyberEarth para a Scientific American]

Esteve aberta até ontem a participação no site Global Change Discussion [link], onde 16 so-called especialistas em Clima, Produção Alimentar, Saúde e Resíduos deram o seu contributo sob a forma de entrevista.
Esta iniciativa partiu de um organismo chamado The Netherlands Commission on Genetic Modification (COGEM), e tem como objectivo desencantar do buraco onde têm estado escondidas as contribuições positivas que a biotecnologia pode trazer para a mudança global que já foi posta em curso. Sim, porque com a biotecnologia podem-se fazer mais do que trangénicos sugadores dos nutrientes do solo...

O resultado deverá ser utilizado pelo governo dos Países Baixos para fazer a avaliação de risco da aplicação da biotecnologia às áreas em discussão, incluindo por exemplo a muito falada libertação deliberada de organismos geneticamente modificados (OGM).
Para receber o resultado qualquer cidadão do Mundo (com acesso à internet, porque parece ser dado adquirido que quem não tem e-mail, não existe) pode inscrever-se através de info@globalchange-discussion.org. E quem não quer saber :)?
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Eco-agenda para o fim de semana


Com o bom tempo chegam as actividades eco-friendly. Ficam umas ideias:




De 24 de Maio (Sábado) a 8 de Junho, vão estar a decorrer em Portugal actividades no âmbito do Festival Europeu da Terra.
info, programa e inscrições: [naturtejo geo.park]

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Feira da Saúde, no Pinhal Novo (Setúbal), dia 24‏ (Sábado), nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo
info e programa através da Biorege: [link]



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[img d'O Quintal]


15º Encontro do Clube de Origami do Porto - n'O Quintal :)
Apareçam e levem papel usado para transformar em coisas lindas.
info e direcções: [link]


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o sétimo continente

[img: NOAA, USA]

#1.África, #2.América, #3.Antártica, #4.Ásia, #5.Europa, #6.Oceania e #7.Um Monte de Lixo No Oceano Pacífico. Há uns tempos perdemos um planeta, mas agora ganhámos um continente , entre a costa Norte-Americana e o Hawaii. E não, não foi a Atlântida que se ergueu das àguas..

Há vàrias correntes oceânicas principais. Uma delas, o Turbilhão ou Giro Subtropical do Pacífico Norte, circula entre a costa da California e a Àsia. E recolhe toda a lixarada deitada ao mar pelo caminho, concentrando-a no seu centro. Assim, formou-se no meio do mar uma placa de 3,5 milhões de toneladas de lixo que em certos pontos tem 30 m de profundidade. Este continente artifical, feito de anilhas de latas, bocados de plástico, electrodomésticos estragados, esferovite, bocados de PVC, etc. está a ocupar um caminho onde o plãncton podia proliferar calmamente porque a zona não está em nenhuma rota marítima (e o plãncton é apenas a maior biomassa no planeta está na base da cadeia alimentar de quase tudo - vide 'Saving Nemo'), na proporção de 6 toneladas de lixo para 1 tonelada de plãncton. Além disso, com a sua decomposição lenta, os polímeros tóxicos, metais pesados e químicos abrasivos que os compõe misturam-se na àgua e acabam eventualmente por se bioacumular num peixito qualquer. Comestível, talvez?


Fica uma foto do Hawaii que NÃO se vai ver nos panfletos de viagens:



dados: Algalita Marine Research Foundation (AMRF) [link]
mais info: [ABC.es]


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barragens e cedências



A EDP tem planeada uma barragem para o Vale do Tua que vai submergir uma parte da linha ferroviária do Tua (afluente do Douro), deixando várias povoações sem acesso por comboio, mas ao mesmo tempo vai produzir energia hidroeléctrica para vários concelhos. Além do bloqueio do comboio, vão ser afectados terrenos numa zona que pertence ao Douro Vinhateiro (atenção às garrafas com rótulo V.Q.P.R.D. - Vinho de Qualidade Produzido em Regidão Demarcada, sigla parodiada pelos locais como Vinho Que Pode Render a Deus, de tão bom que ele é;). Além de servir o dia-a-dia das populações, a linha do Tua, que reabriu este mês [notícia], ajuda ao desenvolvimento turístico da região. Mas não por muito tempo...

mais info: [Movimento Cívico pela Linha do Tua]



Ao mesmo tempo, a muitos quilómetros de distância e com o mesmo problema...



Assistimos recentemente aos protestos de vários tribos indígenas da região amazónica contra a construção de barragens nos afluentes do rio Amazonas. Algumas pequenas barragens já têm vindo a ser construídas, mas agora a obra em questão é a megabarragem de Belmonte que vai bloquear o rio Xingu, na zona de Altamira [quadrado vermelho na img, fonte: Projecto Pinkaiti]. Esta barragem vai ser gerida pela empresa ElectroBrás e que vai gerar em média 4 760 megawatts de energia por ano, o suficiente para abastecer cerca de 1 320 000 pessoas (apenas um pouco mais do que os habitantes de Lisboa). A energia não é para uso local: vai ser canalizada para povoações a Norte, Nordeste e Sudeste da zona [fonte: Agência Brasil]. Claro que energia hidroelétrica é melhor do a gerada por combustíveis fósseis, biodiesel, do que a termoelétrica ou a nuclear. Mas as pessoas das cidades abastecidas não têm ideia que para terem luz quando carregam no interruptor, o modo de vida tradicional e centenário de muitas populações vai ser devastado.

E por devastado quer dizer-se INUNDADO. Enquanto que os citadinos podem adaptar-se e procurar um emprego menos qualificado ou menos bem pago mas que lhes permite continuar a pagar a factura da electricidade, os indígenas que vão perder as terras herdadas dos seus antepassados não têm outro modo viver do que a agricultura de subsistência e a caça. Também não têm outro sítio onde viver. E mesmo que lhes dessem uma casinha na cidade, com electricidade e tudo, não têm formação e podem nem já ter capacidade de entrar no paradigma ocidental de estilo de vida, adaptar-se e arranjar um emprego que lhes permita sobreviver.

Posto isto, o que é melhor? Energia "limpa" e mais barata, mas à custa de um estrago irrecuperável nas sociedades indefesas e na biodiversidade que existe à distância de mil quilómetros de esquecimento? Da electricidade produzida em Altamira, quanta vai ser gasta em montras, em escritórios que ficam com as lâmpadas acesas toda a noite, em luzes de standby e em letreiros comerciais? Há uma maneira de equilibrar os danos e os ganhos? Políticas de racionamento de electricidade, preços altos para controlar o consumo? Porque é que a população num local há-de ter o seu modo de vida alterado e nem beneficiar do resultado dessas alterações? Por outro lado, porque é que uma população em desenvolvimento não poderá ter acesso a energia não poluente proveniente do seu próprio país? Aplica-se a lei do "quem chegou primeiro"? E se fosse cá em Portugal?
Pensem nisto...

mais info:
[Encontro Altamira]
[Amazônia.org especial Xingu]

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boicote aos combustíveis/ ao comodismo?


Esta semana recebi 2 emails indignados a incitarem o boicote aos combustíveis "para que o estado assuma o seu papel na estabilização dos preços". Um dizia para irmos a todas as gasolineiras menos à GALP e à Shell, achavam que o melhor era só ir às bombas de gasolina nos hipermercados, e o outro apelava para uma concentração no Rossio no dia 18 de Maio.

Felizmente para quem escreveu estas asneiras, o email é uma forma de comunicação onde rapidamente se perde o rasto aos autores, porque eu gostava de lhes dar uma palavrinha pessoalmente. Boicote aos combustíveis? Boicotem mas é a preguiça...e andem 100 metros em vez de deixarem o carro à porta de casa. Ou usem mais os transportes públicos. Ou vão andar de bicicleta ao fim de semana em vez de guiarem para um centro comercial. E comprem produtos locais em vez de maçãs francesas e bananas do México. Desde quando o estado tem que subsidiar a preguicite aguda e a inconsciência?
Às vezes gostava de ver se este país apanhasse um ministro do ambiente que implementasse umas medidas à sueca, tipo pagar o lixo indiferenciado ao quilo quando se entrega, ter portagens caríssimas para incentivar o uso de transportes públicos e dar às bicicletas prioridade sobre tudo o que tenha rodas.
Eu sempre andei de transportes públicos e nunca deixei de ir onde queria por causa disso. E se tiver que comprar um carro, vai ser um destes:


Disponível através da GEMCar [link]
Cálculo dos gastos e emissões do vosso carro e comparação com um eléctrico: [link]
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estamos atentos :)

Está a decorrer em Bona, entre 12 e 16 de Maio, o World Congress on the Future of Food and Agriculture [link], organizado basicamente por aqueles neste calhau planetário que ainda se importam com algo mais do que o seu umbigo. O comité local é composto entre outros, por: GENET , GREENPEACE, FRIENDS OF THE EARTH, IFOAM , Initiative for GE-free Seeds and Breeding (IG Saatgut), Gene-ethic Network, Save Our Seeds, e pela Federation of German Scientists. Entre os temas discutidos estarão provavelmente o aumento do preço do pão e a recente crise do arroz.


Os pontos interessantes do programa são:





13 Maio
08:30-11:00: Welcome & Plenary Session: The Paradigm of Diversity
16:30-19:00: Plenary Session: Diversity at Work - Food Sovereignty and Small Farmers' Successes

14 Maio
08:30-11:00: Plenary Session: Regional self-determination Local, Diverse, GMO-free
16:15-18:00: Plenary Session: Seeds of hope
18:00-21:00
Information market (10 short presentations and subsequent discussion in small groups)
21:00-night
Evening delights in the lobby and garden, drinks, speakers corners, films, music

15 Maio
08:30-9:40: Plenary Session: Diversity and Climate Change
17:00-19:00: Plenary Session: Strategies for a Diverse Future

16 Maio
09:00-night: Last session of Biosafety Protocol negotiations and possible lobby efforts
11:00-12:00: Press Conference presenting the results of the Congress
13:00-14:30: Presentation of Conference results to the Participants of the Biosafety Protocol negotiations

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La Dolce Vita

_ Para quem chegou à Ilha Terceira há exactamente uma semana, é estranho sentir que se vive aqui há imenso tempo. Mas foi assim que me comecei a sentir depois dos primeiros dias. A ilha e os respectivos habitantes vivem a um ritmo relaxado e tranquilo - até era crime levar uma vida alucinante e cheia de stress nesta paisagem - e o mais importante em todas as circunstâncias são as pessoas.



_Angra é uma cidade classificada como património histórico mundial, e para reduzir a circulação automóvel há autocarros gratuitos em toda a zona urbana. Há ecopontos pequeninos e discretos, um mercado municipal que parece uma aldeiazinha dentro de muros e dúzias de esplanadas para se apanhar sol.
_As lojas abrem de acordo com a hora local (9:30) mas fecham pela hora continental (18:00), por isso depois dessa hora acabou-se o consumismo e as alternativas são os passeios a pé, o centro cultural com cinema, a praia, os jardins municipais, os centros hípicos, o ginásio, o teatro ou os museus sempre com exposições itinerantes. Eu aderi imediatamente às caminhadas e passei a levantar-me às 6:40 para fazer 1:30 de marcha ao Monte do Brasil e com sorte dar um mergulho na praia. Às 8:30 está toda a gente de volta à sua casa e depois encontramo-nos às 9:00 para seguir para a Universidade. Aos fins de semana também há caminhadas mais longas (dia inteiro), organizadas pelos Montanheiros, que têm um museu com a colecção de minerais mais fantástica que já vi. Estes passeios são óptimos para se conhecer a ilha a pé, ver os pontos interessantes, as plantas e bichos raros, as furnas e as grutas, e têm o benefício de nos fazer aterrar na cama e dormir que nem um bebé mal chegamos a casa (depois de limpa a lama dos diversos sítios onde ela, muito inconvenientemente, se enfiou).

_Prometo detalhes sobre o panorama ambiental dos Açores brevemente... entretanto, não me vou esquecer que estou num grão de areia no meio do mar e vou continuar atenta às coisas verdes no geral:)


Monte do Brasil visto de Angra do Heroísmo





Angra do Heroísmo vista do Monte do Brasil




Caminhada organizada pelos Montanheiros na zona da Serreta (oeste)





Coisas que se encontram na estrada...




A minha rua!!




A fera de estimação do campus... dá pelo nome de Pantufa





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