31
dez
2007

sê como o sol

Duvido que alguém tenha alguma vez conseguido comer as 12 passas ao ritmo das badaladas. Engoli-las, talvez. Engasgar-se brutalmente, com toda a certeza. Depois de uma tentativa muito mal sucedida por volta dos 7 anos, para a qual contribuiu (suspeito!) a garantia do meu pai que os desejos só se realizavam se eu comesse as passas em cima de um banco atrás da porta e com um pé levantado (temos o gene do british humour na família), este ano vou voltar a não comer as 12 passas. Mas...

Chego ao fim do ano e sinto que devo dar graças...
- ... pela má experiência de viver em Manchester e por esta me ter ensinado a descobrir um novo valor nos amigos e família.
... por ter tido coragem de pôr no compostor as ligações que já estavam meio decompostas de qualquer maneira.
- ... pelas pessoas novas que o ano me trouxe ou pelas que voltaram a entrar na minha vida: a Sandra, a Ana, a Sarah, o Nuno e a Paula, a Sónia, a Mónica, o Filipe, a Rita e a Mara, a Vera, a Anita...
- ... por poder partilhar a vida do Chantilly, um dos meus pequenos mestres Zen, desde a sua beleza perfeita até à sua maneira de ser um pequeno Deus de 4 patas que nunca sonharia sequer que poderia ser outra coisa.
-... pelas respostas que encontrei ou me encontraram
-... por acabar o ano com o dobro das perguntas às respostas que me encontraram

Cada vez mais me convenço de que não há riqueza senão a interior e não há amor senão o universal. Que ser "bom" ou "fazer a coisa certa" valem por si próprios e não pelos resultados. E valem mais para quem os faz. "Ser bom" ou "correcto", atitudes que derivam naturalmente de se amar cada parte infinitesimal do Mundo, soma-se à quantidade de bem nesse Mundo mas eleva exponencialmente o calor que temos no coração. Sermos um veículo do bem desinteressado a cada segundo acaba por ser um paradoxo tal é o ganho pessoal e o crescimento interior que daí se tiram...
Acabo 2007 convencida de que o meu caminho é ser como o sol. Brilhar mesmo que não tenha nenhum objecto sobre que o fazer.

Abraço********

21
dez
2007

Manifesto Neo-Verde

Há uns tempos dei com o seguinte texto no blog Bolinas, do Manuel Rocha. A eco-verde que há em mim teve vontade de lhe bater imediatamente com uma garrafa de PET, reutilizando-a em vez de reciclar, porque reutilizar não gasta energia. Depois pensei nas neoverdices que me encaixam que nem uma luva, e aos meus amigos ecológicamente correctos também. E esta, hein?

«Fruto de um casamento de conveniência entre os burgueses que somos e os cidadãos que gostaríamos de ser, nasceu um híbrido: o neo-verde !
O neo–verde, é o prematuro-mutante-viável de uma tentativa desconseguida de compreensão do sentido da Vida. Prematuro, porque não sobrevive sem um sistema exterior de apoio – os média e os congressos de educação ambiental; mutante viável, porque resulta da evolução possível de quem tentou perceber os fundamentos da ecologia, mas percebeu mal !
O neo- verde tem formação média ou superior e encontra-se disponível em duas versões: light e hard ! O neo-verde light, proclama sempre que pode que é preciso salvar o planeta, compra as fitas do novel-Nobel pela internet e é assinante da National Geografic. O neo-verde hard,vai mais longe: só consome produtos com certificação ambiental equando trocar de carro quer comprar um Honda-hibrido (o Lexus estáfora do orçamento).
O neo verde é a personificação de todas as pseudo-certezas imaturasque atingem os pós-adolescentes tardios . Confunde sabedoria comconhecimento e não distingue conhecimento de informação. Por isso,acredita hoje no aquecimento global e amanhã há-de acreditar noarrefecimento global. O neo-verde é evolucionista desde o Big Bang e além disso conseguiu a proeza de simplificar para dois a complexa fórmula dos três R's – o entendimento neo-verde é que quem recicla, reduz !
Pode-se pois dizer que a cultura neo-verde se caracteriza por umaespécie de neo-provincianismo invertido. Explico: ele sabe exactamenteo que é preciso fazer para salvar o planeta, mas não faz ideia de como se semeia um alho. No entanto, se colocado perante esta dificuldade, o neo-verde tem sempre a resposta pronta: "esse tipo de questão não é linear, tem contornos mais complexos e outro tipo de implicações, e por isso não deve ser abordada de uma forma simplista sem antes se proceder a uma avaliação integral de todos os impactos". E o alho, agradece!
O neo-verde não prescinde da janela panorâmica na marquise, mas quando tiver dinheiro quer equipá-la com vidro duplo. O neo-verde é consumidor de Actimel e está na expectativa de que brevemente a ciência torne biodegradáveis as respectivas garrafinhas. O neo-verde está em permanente dieta de hidratos de carbono, e por isso não vê inconveniente em que com trigo se produza etanol para os motores a gasolina.
Contrariamente ao demodé verde-contestatário, a personalidade neo-verde é por natureza conciliadora: acredita no valor do consenso como menor denominador comum para um futuro melhor, e pauta-se por princípios de uma saudável flexibilidade. Por exemplo: se tiver queoptar entre qualquer questão verde e o cheque do fim do mês, oneo-verde encontra sempre forma de ficar com o cheque !
Ambientalmente falando, o neo-verde é ejaculador precoce, isto é, anda sempre tão excitado com a questão que ao mínimo estimulo debita verdura, deixando o interlocutor sempre insatisfeito. Exemplo: o neo-verde é exímio em conceitos éticos, mas chega sempre atrasado às reuniões.
Para além disso o neo- verde tem bons hábitos sociais e hobbies sustentáveis, tipo sócio de um moto clube que promove passeios de natureza. Assim, num fim de semana soalheiro, procura um pendura tão verde-alface quanto possível, e vão em caravana ver os golfinhos ao zoomarine ou ouvir os passarinhos ao sitio das fontes. Claro que se estiver de chuva, o neo-verde fará como o comum dos mortais: mete-se com a família no monovolume do pai e vai passar a tarde ao Fórum local. Foi exactamente numa dessas tardes em que arrastava indolentemente as solas recicladas pelos reluzentes pavimentos da catedral do consumo, que o neo-verde exultou com a novidade: acabava de ganhar o Nobel !!!
»

Vão dar os parabéns ao Manuel ao seu blog: http://manuelrrocha.blogspot.com .

20
dez
2007

Eco-dicas - Inverno

Todos os dias chego a casa com os pés gelados. Como vivo no 4º andar subo de elevador, gastando energia. E depois gasto energia a aquecer água para o saco de água quente, ou com o aquecedor. Há uns dias experimentei subir a pé para ver se aquecia os pés e cheguei lá acima com eles a ferver. Até os joelhos aqueceram. E sem gastos de energia.
Por isso, como dizia o Johnny.... keep walking :)

14
dez
2007

Prenda de Natal I













L'amour est un oiseau rebelle que nul ne peut apprivoiser, et c'est bien en vain qu'on l'appelle s'il lui convient de refuser...

07
dez
2007

Não há animais maus...

... há donos tansos.
Admirar a Natureza é amá-la incondicionalmente, aceitar que o "bom" e o "mau", o nascimento e a morte fazem parte dela. Do escaravelho à baleia azul, do pássaro caído do ninho ao urso pardo, somos todos milagres...
Liguem o som:

05
dez
2007

PIF - Pay it Forward


Caí nisto numa visita ao blog do Nuno e da Paula. É uma corrente de prendas - as 3 primeiras pessoas a comentar este post recebem uma prenda "feita" por mim, e têm que dar continuidade à iniciativa no blog delas!
Nada melhor para celebrar o espírito natalício:) Vá, nem sabem o que vos espera;)