esteril-ização

A imagem acima é do poro por onde sai um cabelo humano [fonte:Laboratory for Scientific Visual Analysis]. Vista ao perto, a pele humana é um terreno acidentado e pouco limpo. Naturalmente.

Cada vez que nasce uma criança nova na minha família fico espantada com a quantidade de químicos que tem que se aplicar à dita, como se fosse um rebento a crescer em hidroponia. Faz-me pensar que é surpreendente que a humanidade ainda cá esteja, quando toalhetes antibacterianos para limpar o rabo aos bebés só existem há alguns anos. Como é que a espécie tem sobrevivido até agora?

Bem, para todos os efeitos a mortalidade infantil diminuiu bastante no século XX, em grande parte por causa da melhoria das condições de higiene. Mas ao mesmo tempo dispararou a quantidade de microorganismos com resistência a desinfectantes e antibióticos, bem como o número de gente com alergias e reacções tóxicas a produtos de limpeza. Afinal, pode haver higiene a mais?

Parece que sim. A pele e o cabelo são o lar de uma flora própria (tal como os intestinos) que é morta pelos sabonetes antibacterianos. Além de que produtos de limpeza demasiado agressivos removem o óleo natural da pele e esta reage ao desiquilíbrio tornando-se muito seca ou produzindo óleo a mais. E se o nosso sistema imunitário não aprender a distinguir o pólen e o pelo de gato de outras coisas realmente perigosas, vamos acabar com reacções imunitárias fortes a substâncias completamente inofensivas, ou seja: alergias. No geral, quanto mais tarde estamos em contacto com as coisas comuns, mais difícil é registar a informação correcta.

O melhor critério? Aqui em casa, qualquer coisa com mais de 10 ingredientes é de desconfiar. E embora tudo o que é de plástico pareça mais limpo e mais fácil de limpar, já está mais do que demonstrado que os plásticos vão libertando partículas para a comida e para a pele com que estão em contacto. Os recipientes de axo inóxidável (verdadeiro, e não daquele Made in China que já foi parte de uma motherboard e traz restos de mercúrio) e de vidro continuam a ser os preferidos.

Passando à sensibilização pelo pânico, ficam alguns artigos interessantes:
Sabonetes antibacterianos, quando usar e quando não usar: The Ecologist - "Behind the label: antibacterial handwash." [link]
Fraldas descartáveis: BBC - "Scientists believe disposable nappies could be linked to both male infertility and testicular cancer." [link]

Garrafas de àgua e a migração de partículas de plástico para o conteúdo: já repararam que todas as garrafas de plástico têm "manter longe da luz" impresso no tótulo? Sabem porquê? Este artigo [link] ensina a distinguir os tipos de plástico das garrafas de acordo com as indicações para reciclagem.

Dietas anti-alergia - muitas alergias e intolerâncias alimentares são apenas uma reacção natural do corpo contra substâncias que estão a ser consumidas em exagero sem sabermos, como o gluten [link] e a soja [link]. Por outro lado, quando se nasceu humano, consumir leite com anticorpos de vaca [link] é mesmo estar a pedir para dar uns espirros.

Têxteis anti-alérgicos, não tóxicos, ou como tratar alergias com pólen e animais: [link].

Produtos de limpeza sem detergentes, à base de ionização e neutralização do pó, que não provocam reacções de hipersensibilidade da pele e eczemas (e por acaso mais baratos): [link]

1 comentários:

RUTE disse...

Que artigo tão interessante.

Como é extenso não tive tempo de verificar os links agora. Volto mais tarde.

Obrigada pela informação.