A Quercus sobre o Dia Nacional da Conservação da Natureza, 28 de Julho: [link]

Os países integrantes da Convention on Biological Diversity (de onde saiu a ideia do Target 2010) elaboram relatórios (que deviam ser anuais) sobre os programas nacionais de conservação em curso e os resultados destes. Estes relatórios servem para avaliar as políticas de conservação da biodiversidade nestes países e também para poder servir de base a outros como fonte de informação sobre modelos de conservação, casos de sucesso e erros a evitar. (Não confundir com os valores de conservação da biodiversidade - o relatório refere-se exclusivamente às políticas em curso.)

Os relatórios portugueses elaborados para a CBD podem ser encontrados na respectiva página (http://www.cbd.int/countries/?country=pt), mas gostava de chamar a atenção para o relatório mais recente, o 3º, onde se pode verificar o estado dos programas de conservação em Portugal (à data de entrega do relatório). Deixo à vossa apreciação:

http://www.cbd.int/doc/world/pt/pt-nr-03-en.pdf

Qualquer crítica, positiva ou negativa, à maneira como o Portugal ambientalista, incluindo ONGs, instituições governamentais e cidadãos em particular, tem lidado com a conservação da diversidade biológica deve ser, na minha opinião, feita com base nos dados apresentados neste relatório. Incluindo qualquer contestação ao que é declarado no mesmo. Simplesmente porque que é o documento oficial e portanto o único que poderá ter valor como referência.

Da mesma maneira, é preferível que qualquer acção de conservação tenha por base a informação dada no referido relatório, nomeadamente as lacunas apontadas neste. Espero que esta informação ajude as ONGs ligadas ao ambiente no estabelecimento de objectivos e iniciativas de conservação.
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a pessoa certa

É facto conhecido para uma boa parte dos adultos e para a totalidade das crianças que para coisas importantes, é precisa a pessoa certa. É precisa uma pessoa certa para melhor amigo. É precisa a pessoa certa em quem confiarmos para podemos ter um filho, ou para nos dar a conhecer a banda que nos permite sobreviver à adolescência. Quando as convergências cósmicas não estão afinadas, fica o caldo entornado e a sensação de que foi quase quase perfeito mas... não chegou lá. A pessoa certa na altura correspondente pode ser o fósforo que inicia uma revolução com uma palavra. (Em casos históricos documentados a palavra tomou a forma física de um tiro ou um murro bem assente).

Esta semana aconteceu-me uma coisa que nunca pensei que poderia acontecer: encontrei a pessoa certa para me fazer gostar de poesia. Juro que a estrofe nunca me caiu bem no gôto como forma de expressão, sabe-se lá porquê. Mesmo o Fernando Pessoa e todos os seus heterónimos não me conquistaram como poetas, admirava a lucidez por trás da escrita mas não os versos.

Enviaram-me um livro de poemas misturado com outros que tinha pedido, apesar de eu já ter jurado a pés juntos que não gostava de poesia - o que nem se deve dizer porque parece uma blasfémia. Qual livro? Este:

Veinte poemas de amor y una canción desesperada

Eu li, e quando cheguei ao fim percebi que o tinha absorvido como se fosse a prosa mais cativante que já me caiu nas mãos, uma mensagem disfarçada em canto como as raparigas casadoiras faziam para enviar as respostas aos namorados quando o mundo era mais pequeno. Por isso reli, para ter a certeza que não me escapou nada.
Ah Neruda, que falta me fizeste sem eu saber que existias.

Adoro poesia. Finalmente. É «claro como uma lâmpada, simples como um anel». :)
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Tô xim? É pra mim...?


_Quão ligados estamos à nossa comunidade? Vivemos num bairro-dormitório onde só vamos descansar os ossos e forrar o estômago ou num grupo de vizinhos cooperantes? Se precisarmos, podemos contar com as pessoas que vivem a meias paredes? Ou são esses os principais competidores pelos lugares de estacionamento, os que nos fazem tomar um antiácido quando se aproxima uma reunião de condomínio e aqueles que amaldiçoamos quando olhamos para o estado das escadas/do elevador?

_Fica aqui um questionário (na versão original [link]) que foi escrito pelo escritor e agricultor americano Wendell Berry e publicado na The Ecologist em 1 de Maio de 2004. Uma curiosidade que aprendi com o seu artigo, os Amish regem as suas acções pela máxima: "O que é que isto vai fazer pela nossa comunidade?"

1 What species is the nearest tree to your front door?
2 Is it native to your area?
3 How far away is your nearest mobile telephone mast?
4 How many of the items in your house could you make yourself?
5 Where is the nearest source of electrical power to your home?
6 What time did the sun rise this morning?
7 How many days till the moon is next full?
8 How many of the vegetables in your fridge could have been grown within 30 miles at this time of year (the ideal distance according to the National Association of Farmers’ Markets)?
9 From where you are reading this, point north.
10 Name five resident birds in your area.
11 Name five migratory birds in your area.

12 Think of your most expensive possession. How many days would it keep someone living on a dollar a day alive?
13 When was your home built, who built it and where did the material come from?
14 What was on the site before your home was built there?
15 What is the name of the person that cleans your street?
16 What is the origin of your town/village/borough's name?
17 How many generations back in your family can you name an ancestor? And where did they live?
18 What is the source of your tap water at home? And what’s in it?
19 How much water do you use at home each year?
20 When was the last time you borrowed something off a neighbour? And what was it?
21 How many bags of waste do you generate each year?
22 Where does your household waste end up?
23 What is the name of the person that collects your waste?
24 What percentage of that waste could be turned into compost?
25 What is the soil type in your area?
26 Name five edible plants in your region.
27 When are they best to eat?
28 From what direction do winter storms generally approach in your area?
29 What was the total rainfall in your area last year?
30 Where is the nearest bus stop to your house?
31 What spring wildflower is the first to bloom where you live?
32 When does it usually happen?
33 What is the furthest place you have walked to from your home?
34 When did you last talk to your postman / woman? And what is their name?
35 Where is your nearest nuclear power station? When did it last have an accident?
36 If the sea level rises 1 metre over the next 50 years, how much of your home will be submerged?
37 How far from your home is the nearest wilderness?
38 How many people do you know living within 500 metres of you?
39 When you flush the loo, where does the effluent end up?
40 What is your council tax spent on?
41 What was the predominant human activity in your area 100 years ago? 500? 1000?
42 Where is your nearest farmers’ market and when is it held?
43 If money became worthless, how many days at home could you survive?
44 How many constellations can you see from your bedroom window? When did you last look?
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várias boas razões para largar os sacos de plástico



nunca se sabe quando se apanha um ambientalista na caixa......ler tudo>>

Pegada Ecológica Total



Para 1 humano. Bolas, somos uns porcos...
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Capitalismo pro-ambiental


Uma empresa chamada Destee Nation, com sede nos USA, teve a ideia de vender algo em que eu votava de certeza para produto do ano. A ideia de que os negócios locais, pequenos e familiares são melhores do que os franchisings cheios de tralha super barata, made-in-China, plastificada, parte-hoje-compra-outro-amanhã. E por incrível que pareça, uma ideia vende!

Com o objectivo de impedir que as comunidades se tornem apenas dormitórios devido à concentração do comércio em grandes armazéns, e permitir que pequenas empresas permaneçam sustentáveis (é tão bom ir a pé para o emprego!) em pequenos bairros, espalham a ideia sob a forma de t-shirts a dizer "LET'S KEEP IT".

E digam lá que às vezes não dava vontade de espetar uma plaquinha daquelas ali em cima em certas ruas que conhecemos desde sempre?;)
Reportagem sobre isto no Adbusters: [link]
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este fim de semana, vá para fora cá dentro, por uma boa causa

Aqui:


Depois da autorização de testes com transgénicos num Município onde está em aplicação o processo de se tornar legalmente Zona Livre de Transgénicos, depois de uma consulta pública muito escondidinha onde os documentos para consulta nem sequer estiveram disponíveis ao público num dos locais obrigatórios, e porque ainda resta neste país pelo menos uma alminha que contempla a hipótese de se libertar um transgénico numa zona incorporada na Rede Natura2000, proponho-vos um passeio de fim de semana. Fica portanto o apelo:

«Venha a Monforte este sábado 12 de Julho dizer NÃO aos campos experimentais de transgénicos!

Faça-se ouvir contra o cultivo de OGM não testados em zonas de Rede Natura!

Exija que o governo respeite as zonas livres criadas democraticamente!

A Plataforma Transgénicos Fora convida todos os interessados em proteger a agricultura e alimentação portuguesas a participar numa acção de protesto no sábado 12 de Julho de 2008 em Monforte em frente à herdade onde foram autorizados três anos de testes experimentais de milho transgénico.

O ponto de encontro é às 10h da manhã no parque de merendas da praia fluvial de Monforte, junto à ponte antiga sobre a Ribeira Grande. O acesso está sinalizado a partir de Monforte (há parque de estacionamento no local) e no mapa (www.stopogm.net) pode ver-se o local exacto no canto superior esquerdo.
Quaisquer dúvidas ligar para o 91 730 1025.

Quem estiver disponível para ajudar à preparação da acção (pintar faixas, vestir espantalhos...) está convidado a acampar já a partir de sexta de manhã, e até domingo, no mesmo local (existem sanitários e apoio de cozinha).

Todos contam - contamos consigo!

TRANSGÉNICOS FORA - Plataforma Portuguesa por uma Agricultura Sustentável

A Plataforma é uma estrutura integrada por doze entidades não-governamentais da área do ambiente e agricultura (ARP, Aliança para a Defesa do Mundo Rural Português; ATTAC, Associação para a Taxação das Transacções Financeiras para a Ajuda ao Cidadão; CAMPO ABERTO, Associação de Defesa do Ambiente; CNA, Confederação Nacional da Agricultura; Colher para Semear, Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais; FAPAS, Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens; GAIA, Grupo de Acção e Intervenção Ambiental; GEOTA, Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente; LPN, Liga para a Protecção da Natureza; MPI, Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente; QUERCUS, Associação Nacional de Conservação da Natureza; e SALVA, Associação de Produtores em Agricultura Biológica do Sul) e apoiada por dezenas de outras.

Para mais informações contactar:
Telefax: 22 975 9592
Correio electrónico: mail://info@stopogm.net
Internet: http://www.stopogm.net
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bife à chefa


O Destak não é bem um jornal, é um atentado ao ambiente distribuído de graça e que vive da publicidade e onde, por isso, as notícias são suspeitas de estarem condicionadas à vontade de quem mais paga. Mas mesmo assim achei que valia a pena prestar atenção a uns parágrafos impressos na 6ª feira.

Daqui a pouco os bifes estão tão geneticamente modificados que nem são bifes. Mais uma vez, este artigo vem-nos recordar que a escolinha dá a formação mas não a educação. Lamento ver um membro da comunidade científica achar que vale mais a pena investir na fuga para a frente, respondendo às exigências dos consumidores por mais parvas que sejam, do que na reeducação. (Só por acaso, o mercado da droga também
funciona com base no mesmo princípio). Se calhar a Dr.ª abaixo mencionada acha que com bife feito em laboratório já se poupa o suficiente nas rações para depois tratar a obesidade e a hipertensão da sociedade... enfim... andam os britãnicos a fazer a gastar milhões de libras na campanha das "5 doses de vegetais por dia" [link] e afinal mais lhes valia irem construindo hospitais extra, que hão-de fazer falta.

Como se vê cada vez mais, desde que haja bolsa, há quem trabalhe no caso mesmo que seja para fazer a próxima bomba nuclear. Lamento profundamente esta realidade, porque com a formação e o conhecimento adquiridos esperam-se que venha a ética do saber aplicá-los, seja em que área for.

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Artigo: Sai um bife in vitro para a mesa do canto, 04 07 2008 09.14H [link]

Se é da geração em que acredita que o leite vem dos hipermercados, esta notícia não lhe vai fazer a menor impressão, mas caso tenha pastoreado ovelhas ou dividido a sua infância com uma «Malhadinha», é provável que fique ligeiramente perturbado. Anna Olsson, investigadora e chefe do Laboratório de Ciência Animal do IBMC, no Porto, defende num artigo publicado na prestigiada revista New Scientist, que a forma
mais eficaz de lutar contra a crise alimentar é produzirmos carne in vitro. Segundo defende, é insustentavelmente caro e irracional alimentar um bezerrinho para depois aproveitar do animal apenas uma parte.

Por outras palavras, os criadores à antiga não ganham para a ração, e a alternativa tem sido optar por criações intensivas, onde as condições de vida dos pobres bichos deixam, geralmente, muito a desejar. Uma procura maior de carne, já que não só os ocidentais continuam a consumi-las, como muitos outros povos passaram a incluí-la
na sua dieta, só vai, em sua opinião, levar a que se comece por cortar onde é mais fácil, ou seja, no bem-estar animal. Ou, usando o engenho das técnicas para produzir animais, que dos próprios acabarão por ter pouco: galinhas com mais peito e menos patas, e outros pesadelos do género.

É claro que seria mais sensato deixarmos de comer tanta carne, até porque consumimos três vezes mais proteínas animais do que aquilo de que precisamos, para não falar na gordura animal que nos faz mal, mas a investigadora parece achar que a mudança de hábitos alimentares é mais utópica do que transformar laboratórios em talhos.

Face a isto, e a bem de todas as partes, defende que era inteligente «passarmos por cima dos animais», produzindo carne a partir de células. Arte já desenvolvida na tentativa de criar órgãos para transplante, mas de aplicação mais fácil se o objectivo fosse bifes sem músculo, a parte mais complicada de fabricar. Quanto aos animais ao natural, passariam a existir numa versão afectivo/decorativa. Ou
para comer em dias de festa.

Já estou a ver vacas gigantes de plástico, espalhadas pela paisagem, ligadas a um iPod que mugia por elas. Não sei porquê, está-me mesmo a apetecer uma salada.
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ande mais de bicicleta



Chegada a crise de meia idade e as ouras que se seguem, há a tendência a comprar um carro mais topo de gama e a aderir a um estilo de vida no geral mais comodista. Para evitar os vários problemas que surgem por causa do sedentarismo, os húngaros criaram um anúncio que incentiva a trocar os típicos carros da crise de meia idade por bicicletas... por um melhor ambiente global e... caseiro:)

ou, como já vi numa t-shirt, bikers do it better ;)...ler tudo>>