Gene para o espírito

---Ofereceram-me o filme Gattaca em DVD. Trata de um futuro próximo onde os pais podem escolher eliminar os genes para doenças e tendências destrutivas nos seus filhos, ainda na fase de embrião. A coisa desenrola-se de tal modo que as entrevistas de emprego passam a ser feitas por uma análise a uma gota de sangue, em vez de uma conversa. Os genes acima do ambiente.

A verdade é que isto nunca acontecerá, porque já se sabe que o ambiente tem demasiada influencia em moldar aquilo que nos tornamos. O melhor exemplo disto é que gémeos verdadeiros, com DNA igualzinho, desenvolvem cérebros com sulcos diferentes devido à influencia do ambiente em que crescem.

E ainda não se identificou nenhum gene para o espírito que nos leva a sonhar mais alto...

No fim do filme vem um extra com algumas pessoas que poderiam ter sido simplesmente vítimas dos seus genes, mas não se ficaram por aí. transcrevi-o, com mais algumas adições da minha parte:

Abraham Lincoln - Síndroma de Marfan
(anormalias cardíacas)

Emily Dikinson
Maníaco-Depressiva

Vincent Van Gogh - Epilético

Albert Einstein
Disléxico


John F. Kennedy - Doença de Addison
(insuficiência adrenal crónica)

Rita Hayworth
Alzheimer

Ray Charles - Glaucoma primário



Stephen Hawking (Físico)
Esclerose Amiotrófica Lateral (degenerativa)

Jackie Joyner-Kersee
(campeã olímpica) - Asma

Carrie-Fisher (Princess Leia)
Maníaco-depressiva

Sharon Stone - Asma
Hale Berry
Diabetes

1 comentários:

Anónimo disse...

Rita, a questão dos genes vs. ambiente é polémica, e acho muito bem que alerte para o interesse que muitos têm em implementar testes genéticos como indicadores de susceptibilidades para desenvolver certas doenças. Não é só nos concursos para empregos, é também nas apólices de seguro, por exemplo. Nenhuma das patologias que ilustrou é determinada geneticamente da mesma maneira que, por exemplo, o albinismo; trata-se de componentes genéticas de susceptibilidade e, mesmo assim, variáveis entre grupos étnicos (já não falando de casos como os de Hale Berry, que é interétnica).
Podemos ter a certeza de duas coisas: esses testes genéticos hão-de ser implementados, e sê-lo-ão antes de haver suporte científico para aquilo que pretenderem detectar.
Duas estratégias de antecipação: preparar grupos de pressão e equipas de advogados que possam contestar todas as pretensões de científico nos testes que se pretenderem implementar; e "blindar" as constituições dos estados (e da União Europeia) de modo a que estas estratégias não venham a poder insinuar-se à revelia dos direitos de cidadania.
Bom blog.