Little boxes, on the hillside...

Little boxes made of ticky tacky...


Ainda não faz 2 semanas que uma amiga me disse que devia arranjar umas caixas de cartão e despejar para lá tudo aquilo que não me faz falta. Roupa, cartas, flores secas, recordações, tudo. Que se queria mudar, tinha que começar por arranjar espaço para as coisas novas, e isso fazia-se deitando fora as velhas. "Sem apelo nem agravo" - disse ela - "e também tens de arranjar uma caixa dentro da tua cabeça. Quando te passar uma ideia velha que pertence à pessoa que já não és nem queres ser, manda-a para a caixa".
Bom. Não sendo realmente uma pessoa de acumular tralha, a limpeza material foi fácil. E libertadora.
A limpeza mental tem sido mais longa, mas nem por isso menos divertida. Escolhi não pensar mais de certas maneiras. Escolhi não pensar mais em certas pessoas. Escolhi decidir-me finalmente entre certas ambivalências, e tudo o que sobrou foi para a caixa. Escolhi não me deixar afectar mais por algumas coisa, e mandei isso para a caixa. Agora enfrento-as como eu sempre quis na teoria e nunca tinha posto na prática. Também peguei num bom molho de situações não resolvidas. Para a caixa. Não quero carregar mais com elas. É melhor do que o primeiro banho de mar do ano.

Little boxes on the hillside,
Little boxes made of ticky tacky,
Little boxes on the hillside,
Little boxes all the same.
There's a green one and a pink one
And a blue one and a yellow one,
And they're all made out of ticky tacky
And they all look just the same.

And the people in the houses
All went to the university,
Where they were put in boxes
And they came out all the same,
And there's doctors and lawyers,
And business executives,
And they're all made out of ticky tacky
And they all look just the same.

0 comentários: